terça-feira, maio 31, 2016

A hora e a vez de André Mussalem

(O texto a seguir eu fiz sob encomenda, para a divulgação do disco de estreia do compositor André Mussalem. Daqueles momentos bacanas em que a gente une trabalho com coisa que gosta. O lançamento acontece esta sexta-feira, dia 3/6/2016, às 20h, no Teatro Eva Herz, da Livraria Cultura do RioMar Shopping, com entrada franca. Para ouvir algumas faixas, acesse: https://soundcloud.com/mussalem09)

André Mussalem - foto: Beto Figueiroa/Trago Boa Notícia


“A canção não acabou”. Pelo menos em Pernambuco

O primeiro sentimento ao ouvir o trabalho de André Mussalem é o de curiosidade sobre um som que nos parece familiar, mas que ao mesmo tempo tem suas peculiaridades. Ao saber que esse não tão jovem compositor já soma quase três décadas de autoria musical, com mais de cem composições, o sentimento que predomina é o de indignação: como nos privar durante tanto tempo de seu talento? Até que descobrimos os porquês de sua trajetória e concluímos que o melhor da vida só acontece no momento certo. Mais do que uma obra de um autor longevo e intérprete estreante, No Morro da Minha Cabeça, um disco de crítica aos estereótipos do samba que não por acaso surge no marco do centenário desse gênero, é um projeto concebido muito inteligentemente e executado com um esmero quase sem igual.
Aos 40 anos de idade, revelado músico aos 16, André Mussalem desde cedo começou a estudar o processo de formação do povo brasileiro por meio da música. E, há 20 anos, passou a elaborar trabalhos conceituais, a começar com os CDs de demonstração (demos) BossaConfraria de Bamba e Obra Aberta, Carta Fechada: Ilustre Mestre Paulinho (2004), este último um tributo a Paulinho da Viola, uma de suas principais (e nítidas) influências, feito exclusivamente para presentear o próprio homenageado.
Paulinho está ali, naquele bojo riquíssimo da música popular brasileira desde o festival de 1967, sobretudo na produção dos anos 1970, que tanto impressiona André Mussalem, que ainda confessa haver se tornado compositor por causa de Caetano Veloso. E foi devido a uma provocação de um outro pilar da MPB, o também cantor e compositor Chico Buarque, que surgiu No Morro da Minha Cabeça.
No Morro da Minha Cabeça tem como introdução um trecho de uma entrevista de Madame Satã (o pernambucano, de Glória do Goitá, João Francisco dos Santos, 1900-1976) à TV Tupi, na década de 1970, para logo em seguida ouvirmos a faixa de abertura, Meus Irmãos Ouvem Rock, espécie de mea culpa do autor com seus ouvintes. “Estou jogando aberto com o público. Sou um cara de apartamento e a minha formação foi ouvindo disco na vitrola”, afirma o compositor. Diz a canção: “Eu não sou a mulata/ Eu não sou o malandro (...)/ Eu não tenho cuíca/ Eu não frequento o morro (...)/ Eu não sei jogar bola/ Eu não uso navalha (...)/ Meus irmãos ouvem rock (...)/ Mas hei de cantar a dor que nasce da saudade (...)”, declara, com toda sinceridade.
“Vou pro mar/ E se o véu da dor em mim se encantar/ Boto meu All-Star vermelho e vou sambando devagar”, conta a letra de All-Star Vermelho, outro potencial hit que também põe em xeque as convenções tradicionais do ritmo. Em 11 canções, No Morro da Minha Cabeça faz referência a várias escolas (estilos) e épocas desses 100 anos do samba, desde que Donga lançou o marco Pelo Telefone, ao mesmo em que demonstra uma total contemporaneidade, até flertando com a música pop, sem ser pop.
Mesmo sem saber jogar bola, como diz na faixa de abertura, André Mussalem soube reunir um time de craques responsável pela excelência do produto final. A começar pelo violonista de 7 cordas e arranjador Ricardo Freitas, responsável por escalar expoentes da música instrumental pernambucana como o bandolinista Rafael Marques, o cavaquinista João Paulo Albertim, o também 7 cordas Rodrigo Samico, clarinetista José Adilson Bandeira, a flautista Frederica Bourgeois e os percussionistas Tadeu Jr. e João Victor Gonçalves, além das cantoras Kelly Benevides e Chris Nolasco (voz responsável por apresentar pela primeira vez suas composições para o grande público, no CD Pele Negra). O trabalho ainda inclui instrumentistas pouco usuais nas formações de música popular atual, a exemplo do fagotista Marcílio Souza  e a oboísta Maria Santos. Longe de uma roupagem antiga, Mussalem recupera uma sonoridade comum nos tempos de ouro da canção, quando instrumentos de madeira se juntavam no estúdio para dar vida ao que se começava a chamar de samba.
O projeto gráfico acurado, assinado por Guilherme Luigi (autor de trabalhos como De Baque Solto, do conterrâneo Siba) e com fotos que revelam um pouco da intimidade de um autor ao mesmo tímido e eloqüente, segue com o mesmo zelo. André Mussalem revela ainda que todo esse cuidado, da concepção do disco ao produto final, tem como referência e segue o mesmo padrão de qualidade dos trabalhos do intérprete e produtor Gonzaga Leal, cuja discografia completa passou por minhas mãos e, sem dúvida, posso afirmar que é o principal realizador de biscoitos finos da música pernambucana atual.
Ao mesmo tempo em que desconstrói os estereótipos do samba e recupera a tradição rítmica, melódica e harmônica do gênero, No Morro da Minha Cabeça ainda evita desconstruir a canção  indo de encontro a uma forte tendência atual  e mostra o valor que esta ainda exerce na música popular brasileira. Como diz o autor, “um disco para iniciados”. Uma obra para ser saboreada aos poucos, a cada momento descobrindo novas riquezas.

Recife, abril de 2016

sexta-feira, maio 27, 2016

Vertigem

Nem tudo é tristeza, claro.
Mas essa coisa
de a cada hoje
você ter uma notícia
pior do que ontem
é assustadora.
O amanhã mete medo

Recife, 26 de maio de 2016

quinta-feira, maio 26, 2016

O valor de um rival

Não por acaso, resolvi torcer por um time chamado Sport - que na verdade deveria ser conhecido como Recife, já que seu nome é Sport Club do Recife. Minha paixão pelo esporte, com dois "Es", é antiga.

Semprei adorei esportes. No colégio, pratiquei atletismo, depois judô e basquete. Mas jogava tudo: handebol, futebol de salão, futebol de campo, vôlei de quadra, vôlei de areia. Na faculdade, fiz futsal. E sempre nas peladas de futebol, basquete. E nos campeonatos da firma. E acompanhava (e acompanho) a maioria das modalidades pela tevê. Ainda tenho meus álbuns de figurinhas da Copa do Mundo de 1982, da Copa União, da NBA. E minhas revistas das Olimpíadas, de futebol, de automobilismo.

Do basquete da NBA, na qual torço pelo Los Angeles Lakers desde os anos 1980, tive talvez a principal lição: aprender a respeitar os adversários, celebrar os ídolos rivais, sentir prazer de assistir a partidas de times contrários.

Talvez por isso, mesmo rubro-negro pernambucano, tenha tanta admiração pela atual fase do Santa Cruz e seu maior ídolo do momento: o paulista, de Jundiaí, Edinaldo Batista Libânio, Grafite, 37 anos. Dois exemplos de superação.

Se houvesse Série E, ou quinta divisão, certamente o Santinha teria estado lá. Em uma década, saiu da Série A do Campeonato Brasileiro para a Série D e voltou. Em três rodadas, já é o líder isolado do Brasileirão com direito a duas goleadas. Seis gols de Grafite (o artilheiro do ano anterior, Ricardo Oliveira, do Santos, marcou 20 gols em 18 rodadas).

Entre os vários times dos quais vestiu a camisa, Grafite foi campeão paulista, da Libertadores e mundial pelo São Paulo, em 2005. Agora em 2016 foi campeão pernambucano e do Nordeste pelo Santinha. Mas lembro bem da passagem do jogador pelo Wolfsburg, pelo qual foi campeão alemão, em 2009, com 28 gols. Vi algumas partidas. Sempre achei que ele merecia uma chance melhor na seleção brasileira, assim como Rogério Ceni, outro injustiçado.

Justiça, aliás, não costuma andar muito de mãos dadas com o futebol, com o esporte. Em 2015, vale lembrar, os dois únicos clubes brasileiros na Série A fora das Regiões Sul e Sudeste foram Sport e Goiás. Ser negro, veterano e jogador de um time dito periférico e brilhar como brilha Grafite, junto com seu Santinha, exige o máximo de coragem, dedicação e amor.

Reconhecer o valor de Grafite, e do Santa Cruz, é, acima de tudo, um ato político. E de amor ao esporte. Sejamos eu, ele ou você de que time for.

Recife, 26 de maio de 2016

A cultura e os animais

Taí uma fila de pendências: Teatro do Parque, Sistema de Incetivo à Cultura (SIC) do Recife, MISPE, a parte de patrimônio da FUNDARPE, os outros cinemas do interior que nunca saíram do papel, museus que são desfalcados em seus acervos, festivais que deixam de existir, a Fábrica Tacaruna que foi pro brejo. Até novos modelos de gestão, como o Cais do Sertão e o Paço do Frevo, enfrentaram problemas recentemente. Fora o que funciona meia-boca. E por aí vai.

O desaparelhamento cultural no Recife, em Pernambuco, vai sendo gradual e as pessoas mal notam. Quando se dão conta do estrago, no todo, o prejuízo é incalculável. Quantas pessoas não deixaram de se informar, de se capacitar, com esse desaparelhamento - mesmo que em alguns casos temporários?

É preciso que haja uma reivindicação permanente. A cultura em Pernambuco sobrevive à força de artistas, abnegados e público interessado. O resto é figuração.

Tenho duas causas este ano de eleição: quem vai apresentar propostas e projetos a favor da cultura e dos animais. Meu voto vai partir daí.

Recife, 19 de maio de 2016

A manhã em que acordei para um dia intranquilo - parte 2

E digo mais: outro jornalista, crítico, programador, curador e realizador injustiçado chama-se Celso Marconi Lins.

Celso fez um trabalho semelhante ao de KMF, que teve seu auge a partir de 1991, quando assumiu o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (MISPE) e colocou para funcionar o Cine Ribeira, no Centro de Convenções. E o que esse modelo de gestão neoliberal fez? Demitiu Celso, acabou com o Ribeira e desmantelou o MISPE.

Pernambuco é um lugar massa, de cultura forte e marcante, de gente fina e inteligente, mas não se iluda: há muita gente mal-intencionada e sem-vergonha pras bandas de cá também.

Que viva Celso! Que viva Kleber!

Em tempo: após resolver a peleja do MinC, sugiro uma ocupação do prédio do MISPE e a reivindicação de que ele volte a ser o que era. Sua sala de projeção, aliás, tem o nome de Fernando Spencer, outro bravo lutador do audiovisual pernambucano.

Recife, 19 de maio de 2016

A manhã em que acordei para um dia intranquilo - parte 1

Peraí. Eu ainda não acordei ou é isso mesmo? Estão acusando Kleber Mendonça Filho de ser um aproveitador de cargo público e de mamar nas tetas do governo? HAHAHAHAHAHAHAHA!!!!!!! Minha gente, isso não é mais um golpe. É O Anjo Exterminador, de Luís Buñuel! Avisem-me quando terminar esse surrealismo que eu quero descer.

Conheço KMF há 25 anos. Ele nunca precisou disso. Diga-se de passagem, ele comanda o Cinema da Fundação desde o governo FHC, confere produção? E sabe por quê? Esse Cinema da Fundação Joaquim Nabuco que eu chamo "da era moderna" (já havia antes) só existe por causa de um projeto e da dedicação de KMF, que conhece a Fundaj muito melhor do que muita gente nem imagina. Aliás, hoje são duas salas, com equipamentos sempre bem ajustados (melhor do que muitas salas de empresas multinacionais) e com uma programação excelente, sobretudo para quem tem consciência de que cinema não é só a maior diversão. Nem sabia do salário de KMF, mas, se é isso mesmo que estão dizendo, não paga nem a intenção do trabalho desempenhado por ele. É simbólico.

Ainda pros desavisados: Kleber é o único cara que conheço que consegue reunir todas as funções do cinema - crítico, programador, curador e realizador - com excelência. Vide seu trabalho no Jornal do Commercio, em seu blog, no supracitado projeto na Fundaj, nas mostras que promove e em seus vários filmes (diversos curtas incluídos) premiados nacional e internacionalmente - só por essa repercussão, os recursos públicos investidos em suas obras já foram mais do que justificados. O primeiro longa-metragem do cara ficou no top 10 do ano, segundo o NY Times; o segundo longa está concorrendo à Palma de Ouro.

Em que mundo essa galera reacionária vive, ou quer viver? Por último, não menos importante, o texto do blogueiro que suscitou tal polêmica é muito fraco. Acha que está dando um furo, mas já nasce uma peneira desde a apuração. Na minha escola de jornalismo tomaria uma nota zero. Pobre Brasil, ainda mais essa.

Recife, 19 de maio de 2016

O táxi e o orelhão de ficha (ou motorista de táxi: uma profissão que se autossabotou)

Crônica de uma morte anunciada. Assim é a atual situação da profissão motorista de táxi. Pelo menos no Recife. E quem é o culpado? Ele mesmo, com a colaboração de praxe do sistema.

Lembro que quando comecei a andar de táxi, aquele laranjinha, a maioria dos motoristas eram donos de seus carros e prestavam o serviço diretamente ao cidadão, sem intermediários. Lembro de profissionais educados.

Com o passar do tempo, pessoas e empresas com poder econômico começaram a subjugar trabalhadores com as famigeradas rendas. Como funciona: uma pessoa que precisa de trabalho dirige o táxi de outrem. No fim de cada dia, precisa devolver o carro junto com um valor acima de R$ 100, mais tanque cheio. O que sobrar é seu sustento e de sua família. Não há capacitação. Não raro não há educação, nem um serviço bem prestado. As autoridades corroboram para isso.

Se eu quiser ser taxista hoje preciso comprar uma "praça" (a autorização) de outro taxista e pagar mais de R$ 100 mil (há 20 anos custava cerca de R$ 12 mil e já era um absurdo). Isso fora o carro! Qual seria o correto? A prefeitura, responsável pelo sistema, manter um cadastro e uma lista de espera. Depois, cobrar uma taxa administrativa, como faz o Detran. A isso tudo temos somado o estrangulamento do serviço em momentos de pico, como hora do rush, Carnaval e réveillon.

Nesse cenário chegam ao Recife serviços como o Über e similares. A tecnologia a favor do cidadão. E o que acontece? Taxistas revoltados agem com violência contra os cidadãos que apenas querem um bom serviço. Quer saber? O que está faltando no Recife é Über de ônibus, de metrô.

Uma profissão que não se renova, que não presta um bom serviço, acaba assim. E ainda existe o inevitável. Se fôssemos nos apegar a serviços e tecnologias ultrapassadas, ainda seríamos todos dependentes do orelhão de ficha.

Recife, 10 de abril de 2016

A primeira e a última (?) vez

A maioria de meus amigos mais próximos sabe por que eu decidi estudar jornalismo: lá por volta de 1987, 1988, o cinema me pegou de jeito e, menos de cinco anos depois, eu queria fazer cinema. Se houvesse o curso que há hoje na UFPE, certamente seria pra lá que eu iria. Também não havia condições de eu ir estudar fora - na verdade, nem na Unicap, a única particular da época. Prestei vestibular pra UFPE e passei. Era o primeiro passo.

Após alguns estágios, prestação de serviço, adiamento de projeto experimental e outros desvios pelo caminho, voltei a ser estagiário, no Caderno C do Jornal do Commercio. Já havia desistido de jornal, não era meu foco, quando a vida me preparou uma de suas inúmeras surpresas e me colocou lá. Por
mais um capricho, no Caderno C - que já havia preenchido a vaga, só que não.

Cheguei no C temporão, em 1998, mas com muita, muita coisa para aprender. E ali estavam todos: Marco Polo, Marcelo Pereira, Flávia de Gusmão, João Luiz Vieira, José Teles... A rapaziada que eu lia quando ainda estava no colégio, cujos exemplares do Caderno C ainda guardava em uma das caixas de acúmulo em casa. Não só eles: Alexandre Figueirôa, Mário Hélio, Héber Fonseca, Celso Marconi.

Eu já publicava algumas matérias tanto no C quanto no Viver, do Diario de Pernambuco, ainda como estudante, com sede de ver meu material no papel. A primeira no C foi essa aí, "A difícil arte de ser um músico alternativo", em 23 de agosto de 1994, sobre os músicos independentes que gravaram discos entre 1973 e 1994. Foram praticamente 18 anos de muita informação. Esta é a palavra que engloba tudo. Informação. Detalhar aqui os fatos e sentimentos só tornaria este texto mais enfadonho.

A última matéria, como a vida não perde a oportunidade de me ironizar, foi essa outra aí, "Fé acima de tudo e de todos" (sic), de 7 de janeiro de 2016, sobre Spotlight: Segredos Revelados, um filme sobre jornalismo investigativo feito à moda antiga. Quatro dias depois, saí do JC.

Aí, de repente, fui surpreendido, na última segunda-feira, com a notícia de que no dia seguinte não existiria mais o Caderno C. Não com este nome. E, da mesma forma quando saí do jornal, não consegui pensar em nada. Apenas sentir. E tenho acompanhando um pouco os depoimentos daqueles que viveram alguns desses momentos comigo. E me sensibilizo. E me solidarizo com todos. Mas a vida é isso mesmo: transformação.

Em duas décadas em Redação já vi cadernos acabarem e serem retomados, pessoas irem embora e voltarem anos depois. E se não retornarem, nem eles e nem elas, o que nos faz viver é o
horizonte.

Em janeiro, o que eu não sabia dizer ainda - por isso usei apenas imagens do mar para tentar expressar o que sentia - era que talvez aquele sonho de antes de fazer jornalismo estivesse mais próximo do que eu imaginava, acrescido de outros tantos projetos que minha mente não para de pensar. Ou não. A vida já me pregou muita peça. Estou pronto para outras mais.

Recife, 6 de abril de 2016

Séries da Marvel

Após a segunda temporada acachapante de Demolidor (Netflix) até que estou curtindo Agent Carter, espécie de spin-off de Capitão América, estrelada pela atriz Hayley Atwell, versão atual de Geena Davis.

É mais fantasia do que Demolidor, que guarda mais verossimilhança com o nosso mundo cão de cada dia. Arrisco-me até a dizer que tenho curtido mais as séries do que os filmes da Marvel.

Pra mim, que colecionei os quadrinhos nos anos 1980/1990, acho que o formato seriado tem uma maior identidade com as HQs. Não dá vontade de parar de ver. Sem contar que a qualidade é também cinematográfica.

E vêm aí em breve Luke Cage, Punho de Ferro e Os Defensores, que reúne os dois primeiros mais Demolidor e Jessica Jones. Deu até vontade de ver Agentes da S.H.I.E.L.D.

Recife, 3 de abril de 2016

Crônica crônica

Todo mundo abismado com os grampos telefônicos. Pois, hoje em dia, há grampos muito mais atuais que ninguém dá muita bola, mas são igualmente perigosos: os grampos das redes sociais. Por exemplo, daquela pessoa que lhe segue no feicebuque e fica ali, à espreita, doido pra que você faça o login pra encher seu messenger de mensagens, claro. Ou daquela que fica bisbilhotando os lugares que você frequenta, com quem você se relaciona.

Uma vez um amigo comentou em um post que fiz numa madrugada de terça-feira: "Bebendo numa segunda-feira, né?". Gentilmente eu expliquei que a vida que escolhi e conquistei me permitia isso. Se ele não podia, so sorry.

Falar da arapongagem que departamentos de recursos humanos de empresas fazem em perfis de candidatos já é chover no molhado. Isso existe desde a idade da pedra das redes sociais. De namorado ou namorada ciumento(a)? Oxe! É fichinha. De "ex" psico, ou não, idem.

Portanto, em maior ou menor grau, somos grampeados o tempo todo. Falta arrumar uma versão eletrônica da mãozinha na boca pra tentarmos driblar a arapongagem virtual. Com a palavra, os nerds criadores de apps.

Recife, 18 de março de 2016