segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Sobre o jazz de New Orleans no Carnaval do Recife

Reproduzo abaixo o texto que fiz para o JC OnLine, sábado de Zé Pereira, à noite. É sobre o jazz que rolou naquele dia, à tarde, na rua do bar Central. Encontrei Beto Rezende no dia seguinte, vestido de Demolidor no bloco Enquanto Isso na Sala de Justiça..., em Olinda. Beto contou que, ano que vem, o jazz deve rolar por dois dias, com uma infra-estrutura ainda maior.

O Galo da Madrugada dominou o Carnaval recifense deste Sábado de Zé Pereira. À tarde, porém, quando só se falava de Eu Acho É Pouco, um som diferente rolou no bairro da Boa Vista, defronte ao bar Central (Rua Mamede Simões, 144, Boa Vista).
Para quem conhece Nova Orleans, sabe que a cultura daquela cidade tem muita identidade com a pernambucana, tanto na influência européia, quanto na indígena e na africana. Há muito, Recife deve um intercâmbio àquela cidade americana, o que é sempre prometido pelas autoridades daqui.
Em 2006, um folião inveterado, Sérgio da Matta, bancou do próprio bolso a apresentação da orquestra do (grande) maestro Edson Rodrigues para esta tocar o jazz de New Orleans (perdoem-me os lingüistas) na frente do bar Moscouzinho, na Rua do Riachuelo, do saudoso Carlos.
Este ano, quem procurou saber se iria acontecer o jazz do ano passado, ficou pasmo: a tertúlia foi transferida para a rua do Central, na Boa Vista, que foi interditada para a colocação de um palco. Lá, rolou do dixieland ao frevo, das 16h às 18h. O espaço, pela recepção que teve este ano, já está consolidado.
Edson Rodrigues deu um must: trouxe para sua banda os músicos Antônio Barreto (bateria), Nando Rangel (contrabaixo acústico) e Fábio Valois (teclado). Para completar, houve a participação do trompetista Zé Maria, o médico que mais ama o jazz no Recife.
O resultado: gente curtindo um dos carnavais mais inusitados do Recife, como se não bastasse o sucesso da folia que foi o Galo da Madrugada, em um ano que se excedeu completamente. De acordo com o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Fernando Duarte, há muito que a cidade deseja fazer esse intercâmbio entre a capital pernambucana e o berço do jazz dos Estados Unidos. Taí o novo pólo de folia do Recife - a evocação ao frevo'n'jazz da Rua Mamede Simões - para provar que tudo pode dar certo.

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