segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Sobre o conceito de pirataria

O Globo Online publicou material de agências internacionais sobre um estudo da gravadora EMI de lançar grande parte de seu catálogo para a venda na internet liberada das tecnologias de proteção contra a pirataria. A Warner foi a primeira a se pronunciar contra.
Ainda assim, surge uma luz no fim do túnel na esperança de que caia a ficha nas majors de que, quanto mais disponibilizar seus católogos oficialmente, em CD ou na web, mais chance há desse material ser pirateado, é lógico, mas também mais chance há de os colecionadores de música (que não são poucos) passarem a comprar o material original.
Eu, por exemplo, há alguns anos ganhei de um amigo a caixa com toda a discografia do Cream. Porém, vivo paquerando nas lojas e na internet os discos separados, coisa de colecionador. Aí, a gente entra em outa questão: o preço.
Não dá para entender como um disco que foi lançado em 1966 (vamos usar o Fresh Cream como exemplo), que já pago e repago, ou outros, cujos artistas até já morreram, sair para o consumidor final no Brasil por cerca de R$ 30 - ou quase 10% do salário mínimo.
Aí, vêm umas instituições com essa propaganda reacionária de combate à pirataria. E a polícia, muitas vezes, quando faz uma operação, é para prender vendedor de CD e DVD pirata de carrocinha ou aqueles nerds que copiam no computador de casa, quando todo mundo sabe que, quando um Zezé di Camargo & Luciano da vida grava um CD aqui no Brasil, sai de algum país da Ásia um navio com uma fábrica de discos que vem prensando de lá até aqui. Quando desembarca no Brasil, já chega com tudo pronto, com capa e estojo lacrado, inclusive.
E tem mais: antigamente, todo mundo comprava fita cassete para gravar o disco que não podia comprar e o amigo possuía - ou então, para fazer uma seleção para ouvir no carro ou levar para aquela festinha. Depois que a tecnologia do equipamento doméstico se equiparou à da fábrica não pode mais?
Fora a hipocrisia!
E parabéns à iniciativa de bandas como a Mombojó e outras que disponibilizam seus discos na web e, mesmo assim, ainda vendem bastante CD.
Quem quiser conferir a matéria de O Globo Online acesse o seguinte link:
http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2007/02/09/294509355.asp

Um comentário:

Andre Dib disse...

Alô, Toledo. As grandonas deveriam liberar as cópias mesmo. Em vez de bancar aquela publicidade besta e incriminar o ouvinte, poderiam pegar essa grana e pesquisar outras formas de lucrar com os queridos artistas...